O objetivo é transformar o espaço prisional em um ambiente de aprendizado e reintegração

A Prefeitura de Parauapebas, por meio da Secretaria Municipal de Produção Rural (Sempror), firmou parceria com a Unidade de Custódia e Reinserção (UCR) do município para implantar uma horta dentro do presídio. A iniciativa faz parte do programa Ciclo Curto e tem como objetivo oferecer assistência técnica e treinamento aos internos, que irão dedicar quatro horas diárias à produção agrícola.
De acordo com a direção da unidade, a horta será cultivada pelos detentos com bom comportamento, possibilitando que mais internos tenham acesso à remissão de pena a cada três dias de trabalho, correspondentes a 12 horas, é reduzido um dia da sentença. Atualmente, a UCR abriga 411 detentos, mas apenas 20 deles trabalham em atividades que garantem esse benefício.
Segundo Oseias Lopes, engenheiro agrônomo da Sempror, a parceria prevê a preparação da área interna do presídio para o cultivo de hortaliças, com fornecimento de sementes, adubo e assistência técnica. “Eles vão entrar com a mão de obra, e a produção será destinada inicialmente às famílias dos internos. Além disso, há um projeto paralelo de produção de mudas de essências florestais, que deve gerar duas mil mudas para serem apresentadas na COP30”, destacou.
Para Ezequiel Silva, gerente de segurança da unidade, a ação representa um avanço significativo. “Com essa horta, poderemos ampliar o número de internos que terão acesso à remissão de pena, facilitando a progressão de regime e, consequentemente, a reinserção social.”
A UCR de Parauapebas já desenvolve outras iniciativas voltadas ao bem-estar e capacitação dos detentos, como a confecção de roupas com material fornecido pelo Estado e atendimento em saúde, com serviços médicos, odontológicos, psicológicos e sociais.
Karliany Vieira, gerente administrativa da unidade, reforça o caráter social do projeto. “Hoje, não enxergamos mais a unidade apenas como presídio. Nosso papel também é oferecer oportunidades de aprendizado e qualificação. Com esse trabalho, o interno pode sair daqui preparado para contribuir com a sociedade e se afastar da criminalidade.”
A iniciativa tem ainda impacto nas relações familiares dos detentos, segundo a administração da UCR. “Quando a família vê que o interno está aprendendo, trabalhando e produzindo, volta a acreditar na possibilidade de mudança. O cárcere não deve apenas punir, mas também transformar”, pontuou Vieira.
Com a horta e o projeto de mudas florestais, a Prefeitura de Parauapebas e a UCR buscam transformar o espaço prisional em um ambiente de aprendizado e reintegração, mostrando que é possível reconstruir caminhos fora do crime.




Texto: Fábio Relvas
Fotos: Kênia Mára
Assessoria de Comunicação / PMP 2025