Cerca de 120 produtores rurais participaram ativamente da outiva que contou com presença do prefeito Aurélio Goiano, do secretário de Produção, representantes da secretaria de Governo, da Universidade Rural da Amazônia (Ufra) e da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater).
O evento faz parte do calendário de audiências públicas, ferramenta de planejamento participativa e democrática, realizadas para que a população opine sobre as prioridades e investimentos em políticas públicas do setor agropecuário.
“É fundamental que haja um suporte mais robusto, tanto em termos de conhecimento quanto de recursos, para que essas cooperativas consigam se estruturar melhor. A diversificação na produção de olerícolas (hortaliças) e o foco em ciclos curtos podem ser uma estratégia eficaz para aumentar a oferta e atender tanto ao mercado local quanto à possibilidade de exportação”, sugere o chefe local da Emater em Parauapebas, Ailton Silveira.
Com o município é predominantemente composto por pequenos lotes de reforma agrária, desta forma é preciso trabalhar em conjunto para criar soluções que sejam viáveis e sustentáveis.
Já o professor e doutor da Ufra, Robson Nascimento, destaca que devemos considerar as propriedades como empresas. “A falta de visão de negócio é realmente um grande desafio, pois muitas vezes as atividades rurais são encaradas como uma solução para problemas sociais, mas isso não garante a sustentabilidade econômica”, disse.
E ainda: “A questão da distribuição de terras e a presença de campos vazios são preocupantes. É necessário fomentar o amor pela terra e incentivar as pessoas a se conectarem com a atividade agrícola, não apenas como uma fonte de renda, mas como um estilo de vida que traz satisfação e alegria”, destaca Nascimento.
Nelson Bezerra da APROAPA fez uma das falas da comunidade. A falta de recursos financeiros para a execução de projetos na agricultura pode ser desmotivadora, especialmente quando há um grande potencial de produção. “O custo de R$ 500,00 (quinhentos reais) por hora para destoca é alto e pode ser um impeditivo para muitos agricultores. É compreensível que, com esse valor, a produção se torne uma tarefa difícil e que a paixão pela terra possa ser ofuscada pelas dificuldades financeiras. É fundamental que haja mais infraestrutura e suporte para as comunidades rurais, para que possam produzir localmente e não depender de recursos externos”, reforça Bezerra.
O secretário de Produção Rural, Genésio Filho, destacou que traçar diretrizes claras e ter um conjunto de equipamentos específicos para essa área pode fazer uma grande diferença na produção local. O foco no futuro, em vez de se prender ao passado, é fundamental para que a comunidade veja resultados concretos. A regularização das pequenas indústrias é uma iniciativa louvável, pois traz segurança alimentar e legalidade, além de facilitar o acesso a recursos e apoio governamental.
“A meta de atingir 20% de produtores rurais é significativa, e ultrapassar essa meta com 314 produtores é um grande sucesso! Isso mostra que, mesmo com desafios como tempo e recursos limitados, a equipe está comprometida e conseguindo resultados positivos”, celebra Genésio.
O prefeito Aurélio Goiano também participou da audiência pública e reconhece a importância do diálogo aberto com o produtor rural e destaca a recuperação da credibilidade da Secretaria de Produção Rural, que segundo ele, havia sido perdida em gestões anteriores.
“Quero parabenizar o Genésio, o Éder, pela iniciativa. A secretaria de Produção Rural tinha perdido a credibilidade. Durante quatro anos a galera que defendia a agricultura familiar, mas não fizeram nada, descredibilizaram a secretaria, o produtor rural não procurava mais a secretaria. Hoje ela está recuperando a credibilidade. Nós vamos fazer muito ainda, já foi feito muita coisa, mas vamos fazer muito mais ainda para produção rural. Eu venho lá da rádio, eu defendo o produtor rural há muito tempo e vou continuar fazendo isso”, concluiu Aurélio Goiano.
Texto: Deca Reis
Fotos: Hilda Barros
Assessoria de Comunicação/PMP 2025