“Eu passei muito tempo longe da minha mãe e sempre quis morar com ela, tê-la de volta em minha vida. Hoje estou muito feliz por poder levá-la pra morar comigo”, disse Suzana Rocha, filha da usuária Maria de Fátima do Nascimento, que ontem, 10, se despediu do Aconchego do Idoso, para retornar ao seio da família.
A despedida foi marcada com um chá de panela organizado pelas funcionárias do Aconchego. “Eu me sinto muito melhor em voltar para casa, para minha família com minha netinha. Vai ser muito melhor”, disse Maria de Fátima, que reconheceu o bom tratamento recebido no Aconchego. “Sempre me trataram muito bem aqui. Me ajudaram muito”.
O secretário de Assistência Social, Jorge Guerreiro, destacou a importância do trabalho da equipe do abrigo, que acompanhou e ajudou no desenvolvimento da usuária. “Esse momento mostra que o nosso trabalho, que o trabalho desenvolvido no Aconchego do Idoso está dando frutos. O retorno da Maria para sua família é a resposta ao que foi plantado. Situações como esta nos dão mais força para continuar realizando o nosso trabalho com empenho e amor. Parabenizo a equipe do Aconchego e a todos que contribuíram para esse momento”.
A terapeuta ocupacional Hilkeline Resende acompanhou e participou de todo o trabalho desenvolvido pelo abrigo para que Maria de Fátima voltasse a viver dignamente, readquirisse autoestima e retornasse à família. “Quando chegou ao abrigo, a Maria tinha outra realidade. Não tinha cuidado com a imagem corporal, não se preocupava com os hábitos diários como vestir-se, cuidar da higiene”, lembra a terapeuta.
O primeiro passo foi então trabalhar os pequenos hábitos e a socialização de Maria de Fátima, que não gostava de conversar e se isolava. “Junto com a equipe do abrigo, começamos a fazer trabalhos em grupo e ela gostou das atividades. Foi quando começamos a arrumar unhas, cuidar do cabelo, passear e isso fez com que ela fosse se desenvolvendo”, conta Hilkeline Resende.
Com a atenção recebida, Maria de Fátima foi evoluindo a cada dia. Passou a reorganizar os pensamentos, a andar arrumada. Era levada para palestras e colocada para assistir vídeos, uma forma de provocar o cérebro da usuária para que ela começasse a pensar, conhecer e usar novas palavras e a ter outros hábitos. Deu certo.
Maria de Fátima já se interessava pelas oficinas realizadas pelo abrigo e participava de todas. Era a descoberta da cidadania, da capacidade de pensar e sentir. A alegria foi ainda maior quando o Aconchego encontrou a mãe da usuária em Marabá. “E falamos da possibilidade dela voltar para a família e a sua filha de prontidão aceitou a proposta”, diz Hilkeline Resende.
A terapeuta não trabalha mais no abrigo, contudo não deixou de acompanhar o trabalho da equipe da instituição, cujo sentimento de dever cumprido proporciona sorrisos de felicidade. “A Maria está engajada para poder ter uma vida independente. É agora uma pessoa confiante, que voltou a estudar. Torcemos pelo sucesso desse retorno para a sociedade. Ela está feliz e vemos o trabalho realizado, pois o objetivo do abrigo é devolver as pessoas para a sociedade, e graças a Deus estamos com mais uma reintegração social”, alegra-se Hilkeline Resende.
A coordenadora do Aconchego do Idoso, Ana Maria de Oliveira, ressaltou que o ápice do trabalho da instituição é justamente esse: da inserção familiar e social dos usuários, representando o renascimento de pessoas que só precisam de um pouco mais de atenção para voltarem à vida. “Chegar a esse momento é muito gratificante. Ao ser reinserido na sociedade e à família, ele terá outra vida a partir de agora. E todo o trabalho desenvolvido foi para prepará-lo para esse retorno”, sublinhou Ana Maria.
Fotos: Jhonathan Felipe | Semas
Texto: Antônio Fernandes | Semas
Assessoria de Comunicação | PMP
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