Os dados são de 2017, do Ministério da Saúde, e são bem preocupantes: entre 2011 e 2015 o número de suicídios cresceu 12% em todo o Brasil, principalmente entre jovens com idade entre 15 e 29 anos. São 11 mil mortes, em média, por ano. É a quarta maior causa de morte no País, com Parauapebas na rota desse índice. E o que fazer diante dessa situação? Como evitar que as pessoas tirem a própria vida?
O problema foi colocado em debate pela Diretoria de Planejamento e Gestão e da Rede de Atenção Psicossocial da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), numa reunião com profissionais da rede pública de saúde, na última quarta-feira, 9, no Centro Universitário de Parauapebas (Ceup), e que contou com a participação do padre Hudson Rodrigues.
O assunto é extremamente delicado por ser estigmatizado pela sociedade, observou o supervisor da Rede de Atenção Psicossocial, Wagner Caldeira. “Mas, nós como profissionais da rede púbica de saúde, temos que quebrar esse estigma acerca desse assunto. Por isso, estamos elaborando um plano de prevenção e cuidado da pessoa que tenha casos de suicídio em sua rede de apoio e família”, disse ele.
O plano ao qual Wagner Caldeira se refere seguirá o Plano Nacional de Prevenção do Suicídio, que o Ministério da Saúde pretende lançar até 2020 com três eixos: vigilância e qualificação da informação, que irá levantar informações sobre o quadro de suicídios no Brasil; prevenção do suicídio, para que a Imprensa trabalhe o suicídio de forma correta, sem o frequente sensacionalismo; e elaboração de um plano de gestão e cuidado, que vai qualificar profissionais da saúde na prevenção do suicídio.
Psicóloga no Centro de Referência em Assistência Social (Cras), Janaína Gonçalves revela que acompanha diariamente situações de tentativas de homicídios em Parauapebas. “Pra mim, participar desse debate está sendo uma forma de buscar apoio em todos os sentidos pra poder oferecer uma ajuda especializada pra essas pessoas que vão até a mim buscando, perguntando, pedindo socorro”, diz a psicóloga.
Os pedidos de ajuda também chegam às igrejas. “A questão do suicídio é algo que nos preocupa muito. Precisamos somar força com os profissionais da rede pública de saúde, com os familiares e até mesmo com a própria igreja, para que possamos estar atentos a esses jovens que tentam tirar, eliminar suas próprias vidas”, diz o padre Hudson Rodrigues.
Texto: Janaina Ravanelli | Semsa
Fotos: Luciano Silva | Semsa
Assessoria de Comunicação – Ascom | PMP