Prefeitura de Parauapebas se prepara para profissionalizar produção de peixe

publicado: 26/05/2021 13h21

Com Programa Municipal de Investimentos (PMI), estratégia é expandir a atividade e tornar o município em referência no Pará. E Parauapebas tem potencial para isso, afirma especialista durante palestra.

 

Representantes de produtores de peixe de Parauapebas saíram animados da palestra realizada na tarde dessa terça-feira, 25, pelo diretor-presidente da Associação Brasileira de Piscicultura (Peixe BR), Francisco Medeiros, que não deixou nenhuma dúvida: a produção de peixe, especialmente da tilápia, é um dos investimentos mais rentáveis no mundo e que está caminhando para se transformar “em uma nova fábrica de ricos no Brasil”. Afinal, é um dos poucos investimentos do agronegócio que, em menos de um ano de atividade, pode dar lucro em até 100%.

Francisco Medeiros foi convidado pela Prefeitura de Parauapebas, por meio da Secretaria Especial de Governo (Segov), para apresentar uma panorâmica da piscicultura no Brasil e no mundo e as perspectivas de mercado, como forma de apoio à estruturação do eixo II do Programa Municipal de Investimentos (PMI), que trata de desenvolvimento socioeconômico e sustentável.

“Todo mundo sabe que o peixe está tendo consumo cada vez maior em função da capacidade de alimentação sadia que ele tem, e Parauapebas é um município que está sempre investindo nisso, na produção de tanque, no apoio ao agricultor. E agora nós queremos fazer isso de forma cada vez mais profissional”, disse o prefeito Darci Lermen, que acompanhou a palestra ao lado do vice-prefeito João do Verdurão, dos secretários especial de Governo (Segov), Keniston Braga; de Produção Rural (Sempror), Milton Zimmer; e de Desenvolvimento, Mariano Júnior.

Também prestigiaram a palestra a diretora de Pesca e Aquicultura do Pará, Nazaré Zucoloto; o vereador Zacarias Marques (PP), líder do Governo na Câmara Municipal; Cecília Braz, da Diretoria de Relações Institucionais da Vale; diretores das secretarias municipais, além de representantes de produtores de pesca de Parauapebas.

Ao parabenizar a prefeitura pela iniciativa, Nazaré Zucoloto avaliou que Parauapebas reúne todas as condições para se transformar em referência na produção de peixe, no Pará.

“Parauapebas é sinônimo de sustentabilidade e está iniciando com o pé direito esse trabalho dentro dessa atividade, fomentando a piscicultura dentro de um município superestratégico para nosso Estado e que, com certeza, poderá se tornar um grande polo do setor produtivo de piscicultura no Pará”, apontou a diretora estadual de Pesca.

Tilápia, o peixe “de ouro” do mercado

Em uma palestra recheada de dados que chamavam atenção dos presentes, Francisco Medeiros citou números impressionantes: em 2020, a produção de peixes cultivados no Brasil, especialmente a tilápia, atingiu 802,9 mil toneladas, um crescimento de 5,93% em relação a 2019 e que gerou uma receita de R$ 8 bilhões.

“Parece, mas não é interessante. Isso porque nós importamos 400 mil toneladas de peixe”, comparou Medeiros, para citar o salmão e o bacalhau como peixes comumente vendidos em shoppings e restaurantes brasileiros. Ou seja, frisou o especialista, o Brasil não precisaria importar pescado se os municípios acreditassem e investissem mais nesse alimento, cujo consumo tem crescido em todo mundo.

Apesar de contar com terra fértil e rios por todos os lados, os Estados amazônicos ainda não se despertaram para a atividade como deveriam, tanto é que apenas Rondônia figura entre os dez maiores produtores do Brasil. Em primeiro lugar, disparado, está o Paraná, que produziu 172 mil toneladas no ano passado e que é praticamente o dobro dos números de São Paulo, segundo maior produtor. Quanto ao Pará perde em produção para o Maranhão.

A tilápia representa 60% de toda a produção de pescado no Brasil, quarto maior produtor mundial da espécie. A meta é elevar esse índice para 80%, nos próximos dez anos. E Parauapebas pode ter participação nisso.

“A atividade de piscicultura no Brasil é uma das mais importantes do agrobrasileiro. Mas como qualquer outra atividade ela requer planejamento e principalmente segurança jurídica e uma boa condição tributária para o investidor fazer os seus investimentos”, enumerou Francisco Medeiros, que elogiou a Prefeitura de Parauapebas por decidir fazer da piscicultura um novo pilar socioeconômico de Parauapebas.

“Eu gostaria de parabenizar o governo e sua equipe por essa iniciativa porque pela legislação atual o poder Executivo e o poder Legislativo podem estabelecer legislação própria no município e estabelecer um programa de desenvolvimento de piscicultura no município e ser referência para o Estado e para o Brasil”, assinalou Medeiros.

Texto: Hanny Amoras
Fotos: Orion Lima
Assessoria de Comunicação – Ascom/PMP