Cinco compromissos firmados pela prefeitura com CMPC são considerados um marco na história cultural do município
A partir deste ano, Parauapebas vai começar a respirar cultura em todos os cantos da cidade. Um desejo acalentado há dez anos finalmente virou realidade na segunda-feira, 7, quando a prefeitura assinou o que de fato é um pacto para o engrandecimento da cultura do município e que é considerado um marco pelos segmentos culturais, que tiveram à frente a Secretaria Municipal de Cultura (Secult) e o Conselho de Política Cultural (CMPC).
O Pacto pela Cultura de Parauapebas foi assinado no Centro de Desenvolvimento Cultural (CDC) em meio a um clima festivo, após as apresentações dos grupos Retumbá, Xuatê Carajás e Raízes Parauara. Entre os presentes, o titular da Secult, Popó Costa; o vice-prefeito Sérgio Balduíno, representando o prefeito Darci Lermen; a vice-presidente do CMPC, Sandra dos Santos Silva; e o ex-prefeito Chico das Cortinas.
No documento, há cinco compromissos firmados com a cultura de Parauapebas: publicação de edital de concurso para premiação de projetos para valorização e fomento da cultura local, com recursos do Fundo Municipal de Cultura; criação da lei que institui a Política Municipal de Cultura e de dois sistemas: o municipal (SMC) e o de Financiamento à Cultura (SMF); realização do diagnóstico e do mapeamento cultural de Parauapebas; criação do Plano Municipal de Cultura; e a publicação do Calendário Oficial de Cultura.
“Hoje é uma data histórica que a sociedade civil e o poder público têm muito a comemorar”, disse o secretário do Conselho, Girlan Silva, depois de ler a íntegra do termo de intenção e compromisso de instituição do Pacto pela Cultura. “Esse pacto foi construído com as bases culturais mais fortes que temos em Parauapebas”, frisou Popó Costa, que falou do “carinho” e da “força” que o prefeito Darci sempre dispensou aos movimentos culturais do município.
PRIMEIRO EDITAL
Os produtores culturais não vão esperar muito para ver os compromissos do pacto assumidos. O titular da Secult anunciou que o edital do primeiro concurso de projetos culturais já está sendo construído, com R$ 500 mil em prêmios. A publicação está prevista para o final do mês, para marcar o aniversário de Parauapebas.
Popó Costa informou ainda que já está pronto o projeto de lei para criação da Política Municipal de Cultura. “Finalmente, terminamos o projeto. Ele será a nossa carta de alforria. Os produtores vão poder acessar recursos dos bancos, das empresas, para seus projetos”, sintetizou ele, acrescentando que o projeto será agora encaminhado à Câmara de Vereadores, para votação e aprovação.
Sérgio Balduíno acredita que, com o fomento à cultura a partir do pacto, Parauapebas irá revelar ainda mais talentos culturais. “Com certeza, vamos ver a nossa cultura crescendo muito mais. Com o pacto, haverá independência cultural”, observou o vice-prefeito, que debitou a vitória do compromisso aos movimentos culturais.
Movimentos que ainda são tímidos e dispersos, mas que agora recebem do governo municipal o incentivo que precisavam para transformar Parauapebas – cidade feita de gente de tantos lugares – num celeiro cultural. Ao menos é o que espera a conselheira Sandra Silva, que fez questão de agradecer ao prefeito e ao secretário de Cultura por compreenderem a importância da cultura para o desenvolvimento humano e social.
EMOÇÕES
Quem não segurou a emoção em ver o pacto assinado foi Kissy Ferreira, dona de uma escola de dança e que se considera uma empreendedora cultural. Em 2009, ela trabalhou na Secult e participou da fase embrionária do pacto. “A Secretaria de Cultura tinha acabado de ser criada. A gente começou um festival de cinema, um festival de dança. Eu vi esse início. Chorei porque faz parte da nossa história”, confessou ela.
Formada em dança e teatro, Kissy acredita que agora os grupos culturais possam desenvolver o seu trabalho. “A gente pode ter a longo prazo, daqui a dez, 20 anos, projetos maravilhosos, com crianças que deixaram de ir para o crime, de ir para as drogas. A cultura tem esse papel e os grupos ficavam até então pulverizados. Acredito que o pacto agora vai movimentar, a cultura vai se organizar e a gente vai ter condições de realmente fazer projetos culturais”.
Texto: Hanny Amoras
Fotos: Piedade Ferreira
Assessoria de Comunicação – Ascom | PMP