FORMAÇÃO CONTINUADA DEBATE PAPEL DA EDUCAÇÃO DO CAMPO

publicado: 25/04/2017 17h16

Novo currículo já vem sendo construído de forma coletiva pela Semed

Agricultura familiar, agroecologia e educação do campo. Esses foram os temas da terceira Formação Continuada da Educação do Campo de 2017, realizada durante todo o dia de ontem, 24, na Escola Municipal de Ensino Fundamental Antônio Vilhena, para 80 educadores do 3º e 4º ciclos, que lecionam em nove escolas da zona rural de Parauapebas.

O palestrante convidado para tratar das temáticas foi o professor da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa) Fernando Michelotti, engenheiro agrônomo, mestre em Planejamento do Desenvolvimento pelo Núcleo de Altos Estudos Amazônicos da Universidade Federal do Pará (Naea/UFPA) e doutorando em Planejamento Urbano e Regional.

A Formação Continuada objetiva contribuir para a formação crítica dos profissionais da educação, promovendo reflexões sobre concepções teóricas, além de discutir estratégias de planejamento por área de conhecimento. A terceira edição evidenciou as relações existentes entre os educadores e a realidade do local em que vivem e exemplificou projetos agroecológicos implantados na região.

Fernando Michelotti tratou sobre os assuntos de forma didática, buscando sempre levantar questionamentos e propondo certas reflexões para o grupo. Para ele, o debate é de fundamental importância para que os educadores tenham consciência de que a educação do campo está inserida dentro de um projeto de desenvolvimento, que respeita as peculiaridades e o saber de cada vila, cada local.

“Tem uma certa tendência do educador de às vezes olhar apenas para questões muito específicas do funcionamento interno da escola, como currículo, práticas pedagógicas. No entanto, é importante também estar atento que essas questões internas da escola dialogam com uma perspectiva maior, com um projeto de campo que se quer construir, que se quer fortalecer”, enfatiza Michelotti.

Para que a educação do campo alcance seu objetivo, reforça o palestrante, é preciso que a escola trabalhe junto com a comunidade na qual está inserida para, juntos, construírem uma vida melhor de acordo com a realidade local. “É necessário que a escola dialogue com comunidade, se aproxime da vida da comunidade para juntas construírem soluções para seus problemas. Essa é a ideia chave: construir soluções. A escola pode ajudar a comunidade a identificar seus problemas e construir saídas compartilhadas”, ensina o mestre.

CURRÍCULO EM CONSTRUÇÃO

A coordenadora pedagógica da Educação no Campo, Eliete Araújo, informa que a Secretaria Municipal de Educação (Semed) já está construindo, de forma coletiva, o currículo para a Educação do Campo. “E precisamos discutir os mais variados assuntos, inclusive sobre a realidade do aluno, para repensarmos a prática pedagógica de forma que ela tenha sentido para esse aluno”, expõe ela, para observar que o papel da escola vai além da atuação pedagógica: “Precisamos ajudar nossos alunos a se reconhecerem como sujeitos de sua história, a pensar, a projetar e a construir sonhos”.

O professor Márcio Daniel Pereira de Azevedo leciona a disciplina de geografia nas Escolas Crescendo na Prática e 18 de Outubro. O docente avalia a formação continuada como algo fundamental para garantir uma educação de qualidade. “A formação nos proporciona a troca de experiências, como também a aquisição de novos conhecimentos, o que melhora nossa prática. A palestra de hoje nos permitiu ampliar nosso olhar sobre questões peculiares de nossa região, que muitas vezes não faz parte do debate do nosso cotidiano”, analisa o educador.

Texto e fotos: Messania Cardoso | Semed
Assessoria de Comunicação – Ascom | PMP

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