Clube Noi – Noõk e Kuikô são os vencedores da I Copa Xikrin do Kateté

publicado: 28/06/2021 17h30

Foi uma experiência única para os indígenas e para os organizadores da I Copa Xikrin do Kateté realizada, pela primeira vez, na região de Carajás.

As competições iniciaram no dia 19, e levaram para as 13 aldeias da etnia Xikrin, a esperança de reconhecimento no futebol indígena. Foram 31 times que batalharam em busca do Troféu Cacique Bep Karoti Xikrin, sendo 18 equipes masculinas que disputaram na categoria futebol e 13 equipes femininas no futsal.  A competição inédita na região, foi idealizada pela Prefeitura de Parauapebas, por meio do Departamento de Relações Indígenas (DRI) e da Secretaria de Esporte e Lazer (Semel), e ofereceram aos indígenas a oportunidade de inclusão esportiva.

Os jogos aconteceram na aldeia Ô.Ô-DJÃ, e de acordo com o regulamento do campeonato, as partidas foram decididas por meio de eliminatórias. No confronto final pelo futebol, o Clube Noi – Noôk levou a melhor, na decisão por pênaltis, contra o Clube Kawa de Parauapebas. Já pelo futsal feminino, a disputa entre o Clube Kuikô e o Clube Djudjekô terminou com o placar de 9 a 3 para a tribo Kuikô. Uma curiosidade foi que em respeito ao solo sagrado da competição, durante as partidas as jogadoras preferiram não usar calçados.

Um dos momentos marcantes da cerimônia de entrega de títulos, foi a consagração das medalhas e troféus feita cacique Bep Tum Xikrin. Segundo a tradição, os vencedores receberam as bênçãos dos ancestrais, especialmente do ex-cacique Bep Karoti Xikrin, que faleceu em maio do ano passado vítima da Covid 19.

Durante o evento, cada cacique discursou em nome da sua respectiva aldeia. “Os jogadores mostraram que tem raça, que índio também sabe jogar bola, honrando memória do parente Bep Karoti. Agradecemos ao prefeito Darci por essa oportunidade. Foi uma competição justa e os vencedores recebem a proteção dos espíritos”, comentou cacique, Bep Tum Xikrin.

A Semel forneceu a equipagem completa para os jogadores (uniformes, chuteiras, meias e tênis feminino de futsal), a comissão de arbitragem, além do apoio de logístico para os jogadores das aldeias mais distantes.

 “Uma das vontades do nosso prefeito Darci sempre foi trazer pra dentro do calendário esportivo da Semel os campeonatos de inclusão social, e o indígena é um deles. Promover essa competição é mostrar que o esporte é a linguagem de todos os povos e que talentos também podem ser revelados nas aldeias. O esporte sempre foi uma das grandes preocupações do governo municipal, tanto que vários investimentos são feitos anualmente para fomentar a prática em Parauapebas”, relatou o secretário, Leandro Gambeta.

Também estiveram presentes, o coordenador geral, Dinho Marques e o coordenador de esportes rurais e das comunidades indígenas, Abreu Lima. “A Copa Xikrin volta em 2022, na sua segunda edição. Até lá, a expectativa do governo municipal é continuar trabalhando para oferecer o melhor para as aldeias”, declarou o secretário-adjunto de Esporte, Jorge Guerreiro.

Um dos destaques da competição foi o jogador  Thkakmkhiti  Kayapó, considerado o artilheiro da I Copa Xikrin do Kateté, ele realizou  4 gols durante os dias de jogos.

 

Texto: Cleide Rodrigues/Semel

Fotos Ernaldo Morcego

Assessoria de Comunicação/PMP