Alimento que tem o sabor brasileiro em suas raízes e que pode até se tornar um divertido debate nas rodas de conversa, quando vem a dúvida sobre o nome dessa raiz: Macaxeira, mandioca ou aipim? Tradicional na culinária dos parauapebenses, pode ser adquirido nas feiras e mercados espalhados pela cidade.
Francisco Nunes, produtor rural da região da Palmares Sul de Parauapebas
Em cada região do Brasil este vegetal ganha um nome especial, mas seja qual for utilizado, essa raiz está presente em milhares de cozinhas ao redor do país. Herança indígena e se tornou um dos sabores tradicionais da culinária brasileira. Além de saborosa, acessível, de fácil cultivo, possui um grande valor nutricional e oferece uma gama de possibilidades de preparos, seja doce, salgada, cozida, assada ou frita. Seus derivados podem e devem ser utilizados tanto na alimentação humana como na alimentação dos animais domésticos.
De acordo com o levantamento estatístico realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística(IBGE) em julho do ano passado com apoio da Confederação Nacional de Agricultura Familiar (Conaf) a produção brasileira ficou em 18,85 milhões de toneladas colhidas, em uma área total de 1,3 milhão de hectares entre as propriedades brasileiras.
O Pará é um dos fortes cultivadores de mandioca na região Norte e sua produção em 2021 alcançou 22% em relação a produção brasileira, saltando de 3,81 milhões para 4,06 milhões de toneladas, o que garantiu ao estado o 16º lugar no ranking das 27 unidades da federação.
O município de Parauapebas tem contribuído de forma significativa para o aumento dessa estatística, afinal, a mandioca faz parte da culinária tradicional da cidade, além dos pratos típicos, como os famosos caldos servidos na tigela em muitos barzinhos nas noites do município. As vendas nas feiras e mercados locais, tem estimulado este crescimento, com isso o interesse de pequenos produtores em cultivar o alimento se torna favorável.
Cerca de 2 mil produtores estão cadastrados nos programas de incentivo rural ofertados pela Prefeitura de Parauapebas
Investir na produção rural é investir no progresso
Com o Programa Ciclo Curto implantado pela prefeitura e administrado pela Secretaria de Produção Rural (Sempror), atualmente, cerca de 2 mil pequenos produtores estão cadastrados e com capacidade de expandir a produção, porem apenas 500 deles, tem trabalhado lado a lado com o governo municipal para que a cidade possa expandir o cultivo.
Francisco Nunes com 68 anos de idade, é um desses produtores que encontrou na terra uma oportunidade de mudar de vida. O sítio dele fica localizado na região da Palmares Sul, zona rural de Parauapebas e com o apoio da esposa mais os filhos já adultos, cuidam dos 30 hectares de terra que possuem. O produtor rural está otimista com a safra desse ano, espera ter bons resultados ao colher os 20 mil pés de mandioca plantados.
“As chuvas que caíram este ano me ajudaram bastante e já tenho encomendas. Tenho quase quarenta anos morando aqui eu e minha família com o apoio da Sempror eu venho todos esses anos produzindo. Tudo que tiro daqui eu vendo na cidade, nas feiras e para os vizinhos, mas o pessoal que quiser vir comprar, a gente tem”, detalhou o produtor
No Programa Ciclo Curto existe outros tipos de cultivos, como o milho, arroz, feijão e vários outros tipos de grãos. Nesta semana a Sempror divulgou os resultados que já começaram aparecer com a safra deste ano. Segundo dados da secretaria, de janeiro a junho, a produção local já alcança os mais de 11,9 mil quilos de mandiocas colhidas, mas a expectativa é que até dezembro, esses números cheguem a mais de 20 mil quilos
“Nós temos cerca de 2 mil colonos cadastrados, mas apenas 500 produtores têm de fato investido, se todos acreditarem em suas terras, Parauapebas sem dúvida, pode se tornar um polo agrícola. O produtor que tiver interesse, pode procurar a Sempror, na Rodovia Faruk Salmen, lá temos agrônomos, médicos veterinários, zootecnista, apoio de maquinário, e com as orientações técnicas para que a produção seja garantida”, explicou o Técnico Agrícola da Sempror, Antônio Francisco Soares Furtado (Dekão)
Além do apoio para os pequenos produtores, a Prefeitura de Parauapebas tem investido também no apoio aos feirantes como oportunidade de ampliar a cadeia produtiva dos produtos que chegam da zona rural até o consumidor final.
Onde encontrar produtos da produção rural de Parauapebas
- Feiras fixas
Feira do Produtor das 6h às 20h.
Mercado Municipal do bairro Rio Verde das 06h às 21h.
Centro Comercial do Complexo Tropical, em fase de teste das 06h às 00h.
Feira Livre do bairro Betânia das 06h às 18h.
Feira Livre da Palmares – Comunidade da Palmares Sul das 06h às 13 h.
Feira Livre da Vila Sansão – Comunidade da Vila Sansão das 06h às 18h. (zona rural)
- Feiras itinerantes
Nos bairros Liberdade e Cidade Jardim ocorrem sempre às sextas-feiras, e no Guanabara, todas as quintas-feiras, com horário das 6h às13h.
A sugestão para o cardápio agora fica a critério: Você sabia que em Parauapebas existe a receita do macarrão de macaxeira, desenvolvida pela cooperativa rural, Mulheres de Areia? Outra dica é, que tal na hora do almoço um apetitoso refogado de mandioca com carne-seca, escondidinho de carne seca ou bobó de camarão, já nas reuniões de família, uma saborosa vaca atolada, para o happy hour entre amigos depois do trabalho, vai bem um delicioso caldo como opção. Na região Norte, a mandioca é o principal ingrediente no preparo do tucupi e da farinha de puba, estrelas do cardápio típico paraense, como também o bolo de macaxeira.
Depois de saborear essa iguaria agora é hora de responder: Mandioca, aipim ou macaxeira? Seja qual nome for, são infinitas as possibilidades de preparo dessa iguaria brasileira e que faz qualquer turista se apaixonar.
Feira do Produtor Rural – Rodovia Faruk Salmen
Centro Comercial do Complexo do Tropical
Texto Cleidi Rodrigues
Fotos Elienai Araújo
Ascom/ PMP