Representantes dos governos municipal e federal estiveram em Parauapebas, a fim de conhecer a situação de perto e propor tratativas de apoio às famílias atingidas pelo incêndio.
Desde os primeiros momentos do incêndio ocorrido no Acampamento Terra e Liberdade do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) na noite do último sábado, 9, que resultou na morte de nove pessoas, a Prefeitura de Parauapebas tem disponibilizado diversos atendimentos às famílias atingidas.
Uma base de apoio foi instalada na localidade pela Coordenadoria Municipal de Proteção e Defesa Civil (Compdec) para oferecer serviços médicos, psicológicos, auxílio funerário, entrega de cestas básicas e cadastramento das famílias diretamente envolvidas no incêndio.
Além disso, a gestão municipal criou um Comitê Gestor de Crise para atuar também no cemitério Jardim da Saudade para, juntamente com o Instituto Médico Legal (IML) e a Polícia Civil, agilizar as necropsias e identificações dos corpos.
A tragédia consternou a população de Parauapebas e em manifestação de profundo pesar e homenagem póstuma às vítimas, o prefeito Darci Lermen decretou luto de três dias no município, a contar do domingo, 10.
“Esse é um momento muito delicado, em que nós estamos enterrando nove vítimas de um acidente trágico que nós tivemos no acampamento e que, mesmo assim, nós conseguimos, de certa forma, ajudar bastante”, comenta o gestor municipal.
Em solidariedade às vítimas, na manhã dessa segunda-feira, 10, representantes dos governos municipal e federal estiveram em Parauapebas, a fim de conhecer a situação de perto e propor tratativas de apoio às famílias atingidas pelo incêndio.
“Nós vamos cadastrar as famílias, dar o apoio material a elas nesse primeiro momento, tentar transferi-las pra um terreno mais adequado em diálogo com a prefeitura, com a Vale do Rio Doce e o governo do estado. E depois arrecadar áreas pro assentamento dessas famílias”, diz o ministro Paulo Teixeira, do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar do Brasil.
Para Jorge Neri, líder do Acampamento Terra e Liberdade, o MST está convicto que a reforma agrária é a única forma de tirar um grupo enorme de pessoas da pobreza e da miséria, através de uma ação pública de governo.
“Infelizmente, às vezes, acidentes como esse ou tragédias como essa acabam provocando comoções públicas e do governo e assim é que as pessoas acabam percebendo a importância de executar políticas de reforma agrária”, destaca.
Participaram também da visita, o secretário de Estado da Agricultura Familiar, Cássio Pereira, o presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), César Aldrighi, o deputado federal, Keniston Braga, dentre outros representantes municipais, estaduais, federais e do MST.
A prefeitura continua com os atendimentos no acampamento. Durante esta semana, a Defesa Civil municipal realiza o cadastramento das famílias diretamente atingidas pelo incêndio, para concessão de auxílio humanitário disponível.
Texto: Sara Dias
Fotos: Orion Lima/Chico Souza/Adahilton Araújo
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