Uma série de ações e medidas começaram a ser tomadas pela Prefeitura de Parauapebas para turbinar o potencial econômico do Polo Moveleiro do município, onde 115 micro e pequenas empresas sustentam suas famílias em meio a problemas como a falta de matéria-prima legalizada para a produção de móveis, de recursos para ampliar seus negócios e, o que é bem mais preocupante, falta de regularização fundiária.
Até o final deste ano, sob a liderança da Secretaria de Desenvolvimento (Seden), a prefeitura pretende reverter essa situação. “Nós já começamos as ações para a solução desses problemas. Entre elas, iniciamos o processo de regularização fundiária, o georreferenciamento da área, o desmembramento da área do polo em relação à área total da fazenda, a aquisição de madeira através do processo de parceria e doação com o Prosap, que já está acontecendo”, enumerou o diretor de Desenvolvimento da Seden, Max Alves.
Essas e outras ações da prefeitura foram anunciadas nesta sexta-feira, 14, no encontro da Seden com os moveleiros para a entrega da madeira suprimida das áreas por onde passam as obras do Programa de Saneamento Ambiental, Macrodrenagem e Recuperação de Igarapés e Margens do Rio Parauapebas (Prosap).
Na primeira entrega, cerca de 500 metros cúbicos de madeira, a grande maioria da espécie gameleira. O acordo de doação foi assinado dia 12 de novembro de 2021 com a Cooperativa da Indústria Moveleira e Serradores de Parauapebas (Coopmasp) e irá perdurar até o Prosap concluir a supressão vegetal em sua área de abrangência.
Da entrega, participaram o titular da Seden, Mariano Júnior, e diretores da secretaria; o vereador Francisco Eloécio (PP), de quem partiu a indicação à prefeitura para a doação da madeira; o presidente da Coopmasp, Sérgio Ferreira; o pastor Clemilton e um grupo de moveleiros.
Linha de crédito e capacitação
Aos moveleiros, Mariano Júnior assegurou que a prefeitura irá atender a todas as demandas do Polo “o mais rápido, possível”. Ele reconheceu que há problema burocrático para a regularização fundiária do local, mas que é grande o empenho da Seden para a titulação da área de 24,2 hectares. “O Polo Moveleiro será regularizado, sim”, assegurou o secretário.
Aos moveleiros, foi anunciado que já está em andamento a abertura de uma linha de crédito específica para eles comprarem, além de madeira, insumos e equipamentos para alavancar seus negócios. “O Banco do Povo trabalha com orçamento anual e a linha de crédito (para o Polo) foi incluída no planejamento deste ano do banco”, informou o coordenador geral do Banco do Povo, David Lima.
Outra boa notícia anunciada pela Seden está na realização de cursos de capacitação para formação de mão de obra qualificada. “Nós já estamos pensando e trabalhando no curso de madeira com resina, que hoje é tendência no Brasil e no mundo, para que os moveleiros possam agregar mais valor aos seus produtos”, disse Max Alves.
Seden desmente boatos
Na reunião, os moveleiros não esconderam uma grande angústia: a notícia de que serão retirados do polo, o que foi imediatamente negado pela Seden. “Isso não procede”, afirmou Mariano Júnior. “O polo é dos moveleiros e vai continuar sendo. Se um dia eles saírem daqui será para ir para uma área melhor, mais estruturada e com maior potencial de crescimento”, reforçou Max Alves.
Texto: Hanny Amoras
Fotos: Elienai Araújo