Mulheres negras protagonizam abertura da campanha dos 16 Dias de Ativismo

publicado: 22/11/2023 09h03

Com o tema “Estratégias de Enfrentamento para Erradicação à Violência Doméstica”, diversas ações serão realizadas até o próximo dia 10 de dezembro.

A abertura da campanha dos 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres foi marcada pela potência de mulheres negras que participaram de uma mesa-redonda realizada no Centro Cultural de Parauapebas, na tarde desta segunda-feira, 20 de novembro, dia Nacional da Consciência Negra.

O preconceito, lutas e conquistas foram destacados pelas participantes, que relataram experiências e apresentaram contextos históricos do negro no Brasil. “Não houve escravidão, existe o povo que foi escravizado. O nosso contexto parte daí, nós não nascemos escravos, nós fomos escravizados”, declarou a enfermeira Allyne Luize, que é pós-graduada em Cultura Afro-Brasileira.

Várias entidades representativas que atuam na garantia dos direitos das mulheres estiveram presentes na solenidade, entre elas: Conselho Municipal dos Direitos da Mulher; ParaPaz; Ordem dos Advogados do Brasil (OAB); Patrulha Maria da Penha da Guarda Municipal de Parauapebas e Forúm Permanente de Mulheres.

Cleide Miranda ressaltou a importância do momento de articulação feminina. “O Fórum ajuda muitas mulheres, principalmente a mulher negra que sofre violência. Estamos trabalhando para fortalecer cada vez mais essa iniciativa porque é preciso reunir forças, só juntas venceremos”, ressalta a representante do Forúm Permanente de Mulheres de Parauapebas.

Sobre os 16 Dias de Ativismo

A campanha foi iniciada por ativistas no Instituto de Liderança Global das Mulheres, em 1991. É uma estratégia de mobilização de indivíduos e organizações, em todo o mundo, para engajamento na prevenção e na eliminação da violência contra as mulheres e meninas.

Em Parauapebas, a Lei nº 4.873, de 01 de junho de 2020, instituiu os “16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência Contra Mulheres e Meninas”, a ser celebrada anualmente. A Lei foi um marco na institucionalização das atividades já promovidas pela Secretaria Municipal da Mulher (Semmu) e todas as organizações da sociedade civil que atuam no debate pelo fim à violência contra a mulher.

O objetivo principal é alertar a sociedade sobre a necessidade da erradicação de todo tipo de violência contra a mulher e divulgar mecanismos de amparo às vítimas de violência por meio de ações socioeducativas.

A gestão municipal aderiu à mobilização dos 16 Dias de Ativismo em 2023 abordando o tema: “Estratégias de Enfrentamento para Erradicação à Violência Doméstica”. As ações são conduzidas pela Semmu. “Iremos realizar atividades como rodas de conversa e ações voltadas para a comunidade em várias localidades do município”, explicou a secretária, Raianny Rodrigues.

Segue a programação:

  • 24/11 – Dia Internacional da Não Violência contra as Mulheres – Ação na Vila Valentim Serra (8h)
  • 01/12 – Dia Mundial de Combate à Aids – Ação no Bairro Céu Azul (8h)
  • 06/12 – Dia Nacional de Mobilização dos Homens pelo Fim da Violência Contra as Mulheres – Seminário com os homens servidores públicos da PMP. (8h no Plenarinho da Câmara de Vereadores)
  • 07/12 – Encontro Regional de Mobilização do Sistema de Garantia de Direitos das Mulheres (16h no Centro Cultural, bairro Alvorá)
  • 10/12 – Encerramento dos 16 Dias de Ativismo com Ação para as Mães Atípicas – que lidam com a criação de pessoa com deficiência – PCD (15h no Parque dos Ipês)

Fonte: https://www.onumulheres.org.br/

Texto: Anne Costa

Fotos: Quézia Ribeiro