Em coletiva à Imprensa no final da tarde desta sexta-feira, 29, o comandante interino do Corpo de Bombeiros em Parauapebas, capitão Sandro Tavares, informou que a corporação espera começar a perícia no prédio da prefeitura neste sábado, 30, para saber as causas do incêndio que destruiu completamente o segundo e terceiro pavimentos da sede do governo municipal.
Nos dois andares, funcionavam os gabinetes do prefeito e do vice-prefeito, as secretarias da Fazenda (Sefaz), da Habitação (Sehab), de Administração (Semad), Especial de Governo (Segov) e da Mulher (Semmu) e ainda o setor administrativo da Assessoria de Comunicação (Ascom) e de Licitações, além da Procuradoria Geral do Município (PGM), onde o fogo começou após um curto-circuito no ar condicionado por volta das 10h30.
Para que a perícia seja feita, explicou Sandro Tavares, serão analisadas previamente as condições da estrutura do prédio da prefeitura, para saber se oferecem condições para que os peritos entrem no local com segurança.
“Nós temos um prazo de 30 dias pra finalizar a perícia. Porém, devido à gravidade da atuação da ocorrência, a gente vai tentar diminuir esse prazo de entrega pra ver se a gente consegue discutir as causas do incêndio. Então, finalizando esse trabalho de rescaldo, fazendo esse trabalho de combate, no mais tardar, se Deus quiser, a partir de amanhã (sábado, 30) a gente já tenta iniciar essa perícia por aqui”, comunicou Sandro Tavares.
Ainda devido à urgência da situação, complementou o comandante do CB, os peritos irão trabalhar para entregar o laudo em 15 dias. Além de Sandro Tavares, participaram da coletiva o coordenador da Defesa Civil de Parauapebas, Jailson Souza; a tenente Francisca Ribeiro, da Defesa Civil do Estado do Pará; e o assessor de Comunicação da Prefeitura de Parauapebas, Vicente Reis.
Um batalhão no combate ao fogo
Nas explicações à Imprensa, foi destacada a importância do Plano de Contingência da Prefeitura de Parauapebas para que o incêndio não fosse ainda mais grave. Plano que conseguiu mobilizar 168 pessoas de órgãos públicos e empresas privadas no combate aos fogos, 65 veículos e dois aviões Airtractor da empresa Vale, que por volta do meio-dia jogaram água sobre a vegetação atrás do prédio da prefeitura.
Foi usado ainda um helicóptero, com sobrevoo de avaliação técnica do incêndio. “Fizemos o acionamento do nosso Plano de Contingência e a gente conseguiu essa logística de forma muito rápida”, frisou Jailson Souza, que agradeceu a parceria de todos que formaram um verdadeiro batalhão na luta contra o incêndio, inclusive voluntários que se prontificaram a ajudar os bombeiros.
Tanto o comandante interino do Corpo de Bombeiros quanto a tenente Francisca Ribeiro reconheceram a eficiência do Plano de Contingência de Parauapebas em situação de emergência. “Devido ao município ter o Plano de Contingência, a resposta foi muito grande e rápida. Então, tudo que foi necessário, principalmente alimentação, água para os bombeiros e para as pessoas que estavam na operação, o retorno foi muito rápido”, avaliou Francisca Ribeiro.
Somente o Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Parauapebas (Saaep) trabalhou com 18 carros-pipas no combate ao incêndio, enfrentado também com a ajuda Corpo de Bombeiros de Canaã dos Carajás e de empresas como a Vale e Transvias. “Em relação ao trabalho de pessoal, tinha muito voluntário lá, todos muito bem treinados, bem distribuídos, para que fosse feito o combate”, observou Sandro Tavares.
Com tanta gente envolvida, por volta das 13 horas o incêndio estava quase extinto após duas horas e meia de muita luta. “As empresas parceiras e secretarias aqui do município, todos acionados e dando tempo de resposta excelente para que o fogo não se propagasse pelo prédio inteiro”, ressaltou o comandante bombeiro.
Para Vicente Reis, assessor de Comunicação da prefeitura, o trabalho do CB “foi exemplar, irrepreensível, com apoio fantástico, com planejamento, organização, antecipação da Defesa Civil. E isso tudo nós vimos: organização, método, equipe. Isso é fundamental para o sucesso da ação”.
Reorganização e combate às fakes News
Na coletiva, Vicente Reis informou que a prefeitura precisa esperar o resultado da perícia para saber as reais proporções do incêndio e quais medidas deverá tomar. De imediato, para que trabalho não pare, a equipe de governo irá distribuir os servidores lotados na sede municipal para outros prédios das secretarias.
Outra preocupação está com a destruição de documentos, em que pese o fato de a prefeitura realizar a digitalização do material. “Hoje, nós estamos fazendo a modernização do parque tecnológico da prefeitura, em que nós estamos em processo de digitalizações. Uma boa parte disso está realmente digitalizada. Ocorre que documento entra todos os dias na prefeitura, inclusive hoje”, ponderou Vicente Reis, para afirmar que a prefeitura teve o cuidado de colocar servidores de computador fora do prédio da PMP.
O cuidado maior, contudo, esteve com a segurança dos servidores que trabalhavam no último dia de recesso. “Não tivemos nenhum registro de acidente, nada grave aconteceu com as pessoas. O prédio sofreu avarias severas, mas prédios são reconstruídos, pessoas não. O nosso maior patrimônio, a nossa maior commodity são os nossos servidores, são os nossos colaboradores. Essas pessoas são insubstituíveis”, frisou Vicente Reis.
São trabalhadores que viveram momentos de pânico e de tensão e que foram completamente ignorados por parte de grupos políticos preocupados em disseminar mentiras sobre as causas do incêndio. “Nós não vamos tolerar politicagem em cima disso, de uma tragédia. Nós tomaremos medidas severas com relação a qualquer tipo de manipulação de informação a respeito”, avisou o assessor de Comunicação.