Evento reuniu várias instituições e comunidades em um diálogo sobre a história e a tradição do povo Xikrin do Cateté
Você sabe qual é o rio Kokorekré? E o rio Õõdjã? O primeiro – Kokorekré – é como a etnia Xikrin conhece o nosso rio Parauapebas. E Õõdjã é a nomenclatura para rio Itacaiúnas.
Essas e outras curiosidades foram abordadas nessa quinta-feira, 9, no Encontro dos Saberes, que ocorreu no auditório Harpia durante a programação do Congresso de Gestão do Conhecimento e da Sociobiodiversidade das Áreas Protegidas de Carajás (CGBio), realizado de 8 a 10 de novembro no Parque de Exposições Lázaro de Deus Vieira Neto.
“Eu estou contando a história verdadeira – onde que meu pai viveu, onde que meu pai nasceu, onde que meu avô morava aqui no município. Eu gostei muito. Muito agradecido”, comenta o cacique geral do povo Xikrin do Cateté, Karangré Xikrin.
O evento reuniu diversas instituições e comunidades em um diálogo sobre a história e a tradição dos povos originários que habitam a região de Carajás – os Xikrin do Cateté – bem como dos Xikrin da Terra Indígena Trincheira-Bacajá, localizada no município de Altamira, mesorregião do sudoeste paraense.
“Geralmente, quando a gente fala de gestão do conhecimento, por vezes, nós pensamos na realização de pesquisa, seguindo o método científico. Mas aqui se trata da gestão do conhecimento baseada na troca de saberes. Então, há o conhecimento tradicional, baseado no conhecimento dos povos indígenas, em particular do povo Xikrin”, explica Mário Pires, presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
Para Girlan Pereira, coordenador municipal de Promoção dos Direitos Indígenas, o evento foi primordial para comprender e conhecer a origem da população Xikrin. “A Prefeitura de Parauapebas tem uma participação importante nessa discussão, visto que tivemos recentemente a criação da Coordenadoria Municipal de Promoção dos Direitos Indígenas e do Conselho Municipal de Políticas Indígenas. Então, a prefeitura tem desenvolvido toda uma política municipal pra fortalecer e valorizar a história local e a população indígena no nosso município,” ressalta Girlan.
Além de ICMBio, povo Xikrin e Prefeitua de Parauapebas, participaram também do Encontro de Saberes, outras instituições, como a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Vale S.A, Universidade Federal do Pará (UFPA), Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra), agricultores do entorno das unidades de conservação, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), a Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), e representantes dos Xikrin Bacajá, dentre outros.
“Nós temos trabalhado e desenvolvido nos projetos de assentamento, essa perspectiva de preservação, de conservação, que é a agricultura voltada para o sistema agroflorestal, como também na apicultura e na meliponicultura, que é onde a gente tem a diversificação de produção e podemos estar melhorando a nossa vida dentro do nosso assentamento. Então, pra nós, agricultores, é muito importante estarmos aqui”, comenta a agricultora Ozielina Leite.
O CGBio é uma realização do ICMBio com apoio da Prefeitura de Parauapebas e patrocínio da Vale S.A.
Texto: Sara Dias
Fotos: Luana Ferreira e Andréa Reis
Assessoria de Comunicação | PMP