Parauapebas conta atualmente com 116 serralherias: 109 na zona urbana e sete, nas vilas Palmares. A maioria, 57%, ainda está na informalidade. Muitos encontram dificuldades para obtenção de matéria-prima e concordam com a criação do Polo Serralheiro. Portas, portões e janelas são, de longe, os produtos mais vendidos por esses empreendedores.
Esses dados fazem parte do Censo Serralheiro 2022 realizado pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento (Seden) para dar suporte à prefeitura em ações que propiciem o desenvolvimento e o fortalecimento do setor metalmecânico, oportunizando a execução de atividades de serralheria, montagem de estruturas metálicas e caldeiraria, em consonância com as diretrizes legais, de sustentabilidade e respeito às pessoas e ao meio ambiente.
Até 2024, os dados coletados serão usados como instrumento de desenvolvimento econômico e social, para promover a melhoria do arranjo produtivo local concernente ao setor metalmecânico e consolidar a atividade de serralheria, montagem de estruturas metálicas e caldeiraria como uma matriz econômica de suporte em Parauapebas.
Dados coletados
O censo levantou a distribuição da atividade por bairros, gêneros, faixas etárias e escolaridade. Observou ainda a demanda energética (kw/h), tempo de atuação, tipo de propriedade, quantidade de pessoas por residência, tipo de ocupação laboral, renda mensal familiar, programas sociais acessados, meio de transporte principal, pessoas ocupadas por residência, principal problema da categoria e o que deve ser resolvido de imediato, aquisição da área, formalização empresarial, porte da empresa, empregos gerados, faturamento médio mensal, principal produto vendido, maquinários utilizados e destinação de resíduos.
O Cidade Jardim é onde se encontra o maior número de serralherias: 22, seguido pelos bairros Da Paz com 11; Rio Verde, com 7; e Liberdade, com 5. Nos demais bairros, há três ou quatro serralherias. Portas, janelas e portões são, de longe, os produtos mais procurados pelos consumidores, representando 71% das vendas, seguido por estruturas metálicas (7%) e calhas (3%).
O segmento é predominantemente gerido por homens, tendo apenas 3% de mulheres no comando. Das 116 serralherias, apenas quatro têm a presença feminina na direção. O censo levantou que 49% dos empreendimentos são de pessoas com idades entre 36 e 50 anos; 25% têm entre 26 e 35 anos; e 19% estão com idade entre 51 e 60 anos. Os menores percentuais estão com pessoas acima de 60 anos de idade (5%) e entre jovens de 16 a 25 anos (2%).
Escolaridade e tempo de atuação
Pelo levantamento da Seden, poucos empreendedores no ramo serralheiro concluíram ensino superior: 6%. A maioria, 55%, concluiu o ensino médio e 39%, o ensino fundamental.
O tempo de atuação no mercado mostra que a maioria tem entre seis e dez anos de atuação no mercado: 37%, enquanto somente 3% permanecem há mais de 30 anos na atividade e 12% são iniciantes, com menos de cinco anos no ramo. Ainda entre as 116 serralherias, 24% estão há mais dez anos no mercado; 11% há mais de 15 anos; 6% há mais de 25 anos; e 4% há mais de 20.
Um dado positivo é que 64% das serralherias funcionam em prédio próprio e 36% são locados.
Problemas e prioridades
O principal problema apontado por 80% do setor é a inexistência de área de implantação do Polo Serralheiro, seguido da dificuldade de obtenção de matéria-prima apontada por 13% dos donos de serralherias. Entre os outros problemas, estão: denúncias de perturbação de sossego (3%), falta de incentivos do poder público e privado (2%), falta de mão de obra qualificada (2%) e inexistência de linha de crédito para serralheiros (1%).
As duas prioridades apontadas pelos serralheiros são: aquisição de área de implantação do projeto (38%) e incentivos do poder público e privado (33%).
O censo revela também que a informalidade do segmento serralheiro em Parauapebas é de 57%. Entre as empresas formalizadas, 10% são Eirele (Empresa Individual de Responsabilidade Limitada), 28% são MEIs (Microempreendedor Individual); 3% são EPP (Empresa de Pequeno Porte) e 2%, microempresas.
Texto: Francesco Costa/Seden
Foto: Jhonathan Felipe/Seden
Assessoria de Comunicação – Ascom/PMP