Você está vendo esta foto acima, com crianças usando muletas? Elas foram vítimas da poliomielite, uma doença contagiosa que enfraquece os músculos, acaba com os movimentos de pernas e braços e pode até mesmo matar, mesmo que raramente. A imagem acima é triste e é de quase três décadas atrás, quando a vacina ainda não havia chegado ao Brasil.
Mas essa imagem ameaça voltar ao Brasil. O alerta foi dado em maio deste ano pela Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), que incluiu o Brasil na lista de alto risco de retorno da pólio. Isso porque muitos pais têm ignorado a campanha de vacinação contra a poliomielite. Resultado: nem 60% das crianças brasileiras haviam sido vacinadas até o início deste mês.
Em Parauapebas, o desinteresse dos pais e responsáveis não tem sido diferente. Das 15.901 crianças com idade para serem imunizadas, 4.958 ainda estão pendentes da vacina que pode fazer toda a diferença no futuro dela.
Com a baixa adesão, foi preciso o Ministério da Saúde prorrogar a campanha para 31 deste mês. A meta é atingir pelo menos 95% da cobertura vacinal em crianças com idade a partir de 1 ano e que ainda não tenha completado 5 anos.
Em Parauapebas, os gerentes das Unidades Básicas de Saúde se reuniram para traçar estratégias para atingir a meta de 100% no município. “Tivemos o primeiro caso de suspeita de poliomielite no Pará, o que já foi descartado pela Secretaria de Estado de Saúde Pública do Estado, mas mesmo diante do descarte não podemos baixar a guarda. É de grande importância que pais e responsáveis levem suas crianças de 1 a menores de 5 anos em qualquer Unidade Básica de Saúde para tomar a dose da vacina. Só assim manteremos a poliomielite longe de quem amamos”, alerta o secretário municipal de Saúde, Gilberto Laranjeiras.
A diretora da Unidade em Vigilância da Saúde de Parauapebas, Michele Ferreira, afirma que todas as UBS seguem o plano nacional de vacinação e também orienta os pais e responsáveis sobre a importância de vacinar seus filhos. “Os agentes comunitários de saúde fazem o trabalho de formiguinha, visitam os lares, colhem os dados e orientam os adultos sobre a atualização da caderneta vacinal das crianças. Estamos sempre em alerta para garantir uma imunização segura nas zonas urbana e rural de nosso município”, afirma.
Caso suspeito descartado pela Sespa
Na última semana, foi informado que na cidade de Santo Antônio do Tauá, nordeste do Pará, uma criança do sexo masculino de 3 anos apresentou os primeiros sintomas em 21 de agosto, com quadros de febre, dores musculares, mialgia e paralisia flácida aguda (PFA), que compromete os membros inferiores. O garoto foi acompanhado por equipes médicas que coletaram material para análise e após os resultados descartaram o vírus da poliomielite.
Em nota, a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) enfatizou: “o caso não altera o cenário epidemiológico anterior e o Brasil segue com a certificação de erradicação da doença e destaca a importância de manter o calendário vacinal atualizado para a proteção contra a doença”.