A expectativa foi grande nos bastidores do Centro Cultural de Parauapebas (CCP). A casa estava cheia para prestigiar os alunos do segundo semestre de teatro, música e balé.
Doddy Amâncio, diretor, dramaturgo e um dos professores de teatro do CCP disse que essa noite foi bastante especial para memória da cena cultural do município. “Nós ficamos imersos por meses com 40 alunos, incluindo adultos e adolescentes e nós estamos trazendo dessa feita três montagens teatrais. Uma delas é o “Casamento na floresta”, um texto de Terezinha Guimarães, uma escritora da cidade, nós vamos mostrar para a população essa obra tão bela do nosso teatro infantil. O outro trabalho é o “Cenas da cidade”, que trabalha na estética da pantomina*, então nós vamos mostrar uma praça com pessoas e suas dúvidas, incertezas, neuroses. E o terceiro trabalho da noite se chama “Somos Mulheres”, que conta as histórias reais de três mulheres que foram invisibilizadas na história do nosso país: Branca Dias, Frida Vingren e Nice da Silveira”, destaca o diretor.
A escritora de Parauapebas Terezinha Guimarães, que tem 14 obras já publicadas, foi uma das homenageadas da noite. Foi difícil conter a emoção quando foi cercada pelos futuros atores na coxia. “É uma alegria imensa. É a primeira vez que uma obra minha foi adaptada para o teatro. Eu fico muito feliz de ver estas crianças evoluindo, compartilhando, trabalhando com os cuidados que temos que ter com a nossa Amazônia”, comemora Terezinha.
Mãe e filha também puderam compartilhar os ensinamentos das aulas de teatro em casa. Rafaela Drummond disse que achou a experiência maravilhosa. “Foi uma maneira da gente se aproximar mais, de ficar mais tempo juntas. O coração até bate mais forte, né? Ela (filha) está muito feliz e eu também, a gente está estreitando mais os laços, ensaiando em casa, ensaiando aqui, todos os dias. Foi uma delícia conhecer pessoas novas e com culturas diferentes”, celebra Rafaela.
O grande maestro paraense Waldemar Henrique foi homenageado pelos alunos de música e dança. O professor de balé Carlos Henrique Monteiro falou sobre os desafios em produzir espetáculos. “É bem complicado trabalhar com 120 crianças, em 12 turmas, com 12 temas, figurinos, coreografias e pesquisas musicais. É um desafio muito grande, mas que vale a pena ter esse momento, um momento que não é só de dança, mas também de aprendizado, de valorização da nossa cultura”, conclui.
* Pantomima: é uma espécie de teatro gestual que faz o menor uso possível de palavras, dando maior ênfase nos movimentos através da mímica, atitudes e expressões faciais. A pantomima se assemelha a outras modalidades de expressão teatral como a dança, pois se baseia na arte de poder narrar com o corpo.
Texto: Andréa Reis
Fotos: Eva Cristina
Assessoria de Comunicação/PMP