Emprego e renda

Jovens marceneiros preparados pela prefeitura serão absorvidos pelo Polo Moveleiro

Falta de mão de obra qualificada tem sido um dos grandes gargalos enfrentados pelos empresários do setor. Seden quer acabar com isso e começa a formar turmas de profissionais. O primeiro grupo conta com 30 alunos, com idade entre 17 e 27 anos.

publicado: 13/06/2022 15h31

Um antigo problema vivido pelo Polo Moveleiro de Parauapebas – a falta de mão de obra qualificada – começa a ser resolvido pela prefeitura, com o preparo e a formação de profissionais aptos a fabricar móveis com designer desde o mais rústico, o chamado móvel raiz, até os mais modernos.

Desde o final de maio deste ano, 30 jovens com idade entre 17 e 27 anos se dedicam a um curso que tende a ser o início de um novo caminho não apenas para eles, mas para o próprio Polo Moveleiro.

Trata-se do Projeto Jovem Marceneiro, criado pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento (Seden) a pedido dos empresários do setor, como mais um passo para alavancar e modernizar o polo e ainda gerar mais emprego.

Boas expectativas

“O curso está sendo uma experiência incrível. Os professores têm uma didática maravilhosa e eu creio que é um curso que, realmente, vai nos capacitar para o mercado de trabalho e trazer profissionais para a cidade de Parauapebas”, diz José Willian Sousa, 19 anos.

Mulher na marcenaria

Na turma de 30 alunos, duas jovens chamam atenção por ser incomum ver mulheres exercendo a marcenaria. Trabalhando no ramo da tapeçaria com o pai, Giovana Valéria dos Santos, 18 anos, recebeu incentivo da mãe para aprender uma nova profissão. “Estou achando maravilhoso. Os meus colegas são incríveis. Eles me ajudam, a gente se ajuda, cada um faz o seu trabalho e ajuda. É legal”, conta ela.

Contratação imediata

Quem não esconde a animação com o projeto é o titular da Seden, Mariano Junior, de quem parte uma grande notícia para os alunos: 80% deles já estão com a contratação garantida após o curso. “Os próximos cursos serão mais completos. Eu estou numa felicidade tremenda porque é um grande passo que a gente dá e que o polo necessitava”, diz o secretário.

O diretor de Desenvolvimento da Seden, Max Alves, ressalta que a prefeitura vem tomando todas as medidas necessárias para eliminar os gargalos que vinham emperrando o crescimento do polo, a começar pela regularização fundiária da área, que se encontra em andamento.

“Nós estamos fazendo um exercício de transformação no Polo Moveleiro. Os empresários começaram a entender que o negócio deles é rentável e começaram a melhorar o equipamento, a adquirir tecnologia, a se capacitar para que possam crescer e de fato transformar Parauapebas naquilo que nasceu pra ser: uma referência regional e até nacional de produção de móveis”, frisa o diretor de Desenvolvimento da Seden, Max Alves.

Secretário Mariano Junior acompanha início das aulas práticas
Marcos Serra, designer de interiores, elogia estrutura do Polo Moveleiro

Com quase 30 anos de experiência no ramo e primeiro laqueador de móveis de madeira a receber certificado no Brasil, o designer de interiores e instrutor Marcos Serra afirma que o Polo Moveleiro de Parauapebas “é o mais estruturado do Pará”.

Juntando isso com a padronização das movelarias e os cursos de formação de mão de obra, a tendência será uma só, frisa Marcos: a expansão na produção e venda de móveis de madeira. “A gente visitou várias marcenarias aqui no polo e algumas estão com a tecnologia já bem avançada, porém falta mão de obra pra utilizar as máquinas. Então, fazendo essa qualificação vai avançar bastante”, diz Marcos Serra.

Novas turmas

O coordenador do Polo Moveleiro, Clemilton da Silva, diz que tem sido grande o interesse de jovens pelo curso. “Muitos estão nos procurando”, conta ele, para informar que a meta da Seden é formar 200 jovens em marcenaria.

Além disso, informa Clemilton, a secretaria também deverá oferecer curso de qualificação para os donos das movelarias.

Texto: Hanny Amoras
Fotos: Órion Lima e Kelson Araújo