Um antigo problema vivido pelo Polo Moveleiro de Parauapebas – a falta de mão de obra qualificada – começa a ser resolvido pela prefeitura, com o preparo e a formação de profissionais aptos a fabricar móveis com designer desde o mais rústico, o chamado móvel raiz, até os mais modernos.
Desde o final de maio deste ano, 30 jovens com idade entre 17 e 27 anos se dedicam a um curso que tende a ser o início de um novo caminho não apenas para eles, mas para o próprio Polo Moveleiro.
Trata-se do Projeto Jovem Marceneiro, criado pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento (Seden) a pedido dos empresários do setor, como mais um passo para alavancar e modernizar o polo e ainda gerar mais emprego.
Boas expectativas
“O curso está sendo uma experiência incrível. Os professores têm uma didática maravilhosa e eu creio que é um curso que, realmente, vai nos capacitar para o mercado de trabalho e trazer profissionais para a cidade de Parauapebas”, diz José Willian Sousa, 19 anos.
Mulher na marcenaria
Na turma de 30 alunos, duas jovens chamam atenção por ser incomum ver mulheres exercendo a marcenaria. Trabalhando no ramo da tapeçaria com o pai, Giovana Valéria dos Santos, 18 anos, recebeu incentivo da mãe para aprender uma nova profissão. “Estou achando maravilhoso. Os meus colegas são incríveis. Eles me ajudam, a gente se ajuda, cada um faz o seu trabalho e ajuda. É legal”, conta ela.
Contratação imediata
Quem não esconde a animação com o projeto é o titular da Seden, Mariano Junior, de quem parte uma grande notícia para os alunos: 80% deles já estão com a contratação garantida após o curso. “Os próximos cursos serão mais completos. Eu estou numa felicidade tremenda porque é um grande passo que a gente dá e que o polo necessitava”, diz o secretário.
O diretor de Desenvolvimento da Seden, Max Alves, ressalta que a prefeitura vem tomando todas as medidas necessárias para eliminar os gargalos que vinham emperrando o crescimento do polo, a começar pela regularização fundiária da área, que se encontra em andamento.
“Nós estamos fazendo um exercício de transformação no Polo Moveleiro. Os empresários começaram a entender que o negócio deles é rentável e começaram a melhorar o equipamento, a adquirir tecnologia, a se capacitar para que possam crescer e de fato transformar Parauapebas naquilo que nasceu pra ser: uma referência regional e até nacional de produção de móveis”, frisa o diretor de Desenvolvimento da Seden, Max Alves.
Com quase 30 anos de experiência no ramo e primeiro laqueador de móveis de madeira a receber certificado no Brasil, o designer de interiores e instrutor Marcos Serra afirma que o Polo Moveleiro de Parauapebas “é o mais estruturado do Pará”.
Juntando isso com a padronização das movelarias e os cursos de formação de mão de obra, a tendência será uma só, frisa Marcos: a expansão na produção e venda de móveis de madeira. “A gente visitou várias marcenarias aqui no polo e algumas estão com a tecnologia já bem avançada, porém falta mão de obra pra utilizar as máquinas. Então, fazendo essa qualificação vai avançar bastante”, diz Marcos Serra.
Novas turmas
O coordenador do Polo Moveleiro, Clemilton da Silva, diz que tem sido grande o interesse de jovens pelo curso. “Muitos estão nos procurando”, conta ele, para informar que a meta da Seden é formar 200 jovens em marcenaria.
Além disso, informa Clemilton, a secretaria também deverá oferecer curso de qualificação para os donos das movelarias.