Programação no CDC marca comemoração ao Dia do Índio, em Parauapebas

publicado: 22/04/2019 15h32

A população de Parauapebas comemorou com os índios no dia 19. Apresentação de danças, artesanato e pintura corporal foram os destaques da programação que ocorreu no Centro de Desenvolvimento Cultural – CDC.

O município de Parauapebas é um dos municípios privilegiados do Pará por ter mais de 2.000 índios da etnia Xikrin do Cateté. A população está dividida em três aldeias, a Õ-Õdjã, que tem cerca de 800 pessoas, a DjuDjekô, que tem aproximadamente 300 e a aldeia mãe, Cateté, com mais de 1000 índios.

O diretor do Dmtt, João Monteiro, participou do evento, “é muito importante reconhecer esses povos que chegaram ao Brasil antes dos portugueses. Prestar essa homenagem a eles é muito valoroso. Nós somos um povo miscigenado. Todo brasileiro tem sangue indígena”, destacou.

Já Maria Vicência de Souza Vieira estava entusiasma com a oportunidade, “eu acho muito bonita a tradição dos índios. Eu sou descendente de índio, me sinto orgulhosa por isso”, ressaltou.

A coordenadora de Relações Indígenas da Prefeitura, Eni Felício, que também tem descendência direta da etnia Krenak, comemorou. “É um fato histórico, pois normalmente as comemorações são dentro da Aldeia. É uma oportunidade para o povo não índio prestigiar a cultura indígena. Eles, que também são parauapebenses,  ficaram satisfeitos em mostrar a riqueza  da dança e  da cultura para o povo daqui. É gratificante trabalhar com eles. Tudo que estou fazendo é por eles, e também é pelo meu sangue”, declarou.

Curiosidades sobre a língua dos Xikrins

Os Xikrin falam a língua Kayapó (ou Mebengokré), da família linguística Jê, tronco linguístico Macro-Jê. Reconhecem a semelhança de sua língua com a dos outros grupos, por outro lado também identificam as diferenças internas a esse grupo maior. Os membros de um grupo Kayapó se entendem com facilidade, o que não se repete na comunicação dos Xikrins com os outros grupos de língua Jê.

Na aldeia, os Xikrins usam apenas a própria língua. Homens jovens, que possuem maior oportunidade de contato com a sociedade não índia falam melhor o português do que os homens velhos, mulheres e crianças.

Apenas recentemente, linguistas têm se dedicado a estudar essa língua e as particularidades da fala Xikrin. O Kayapó tem uma grafia formulada pela Sociedade Internacional de Linguística (SIL), órgão missionário que atua há décadas entre esses grupos.

Fonte: https://pib.socioambiental.org/pt/Povo:Kayap%C3%B3_Xikrin

Texto: Andréa Reis

Fotos: Bruno Cecim

Assessoria de Comunicação – ASCOM | PMP

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