CONHECENDO NOSSA HISTÓRIA, UM SÉCULO DE MUITAS HISTÓRIAS E CONQUISTAS.
Foi na década de 60 que o Geólogo Breno dos Santos descobriu a maior jazida de minério de ferro do mundo, na Serra dos Carajás, até então território de Marabá, mas foi apenas em 1970 que o Projeto de Ferro Carajás começou a sua fase de instalação. Ainda na década de 70 que a Companhia Vale do Rio Doce (atual VALE) se associou à empresa U.S. Steel criando a AMZA – Amazonia Mineração S.A. para explorar o Projeto Ferro Carajás. Em 1981, a Vale adquiriu a exclusividade de explorar minério de ferro, ouro e manganês no local, antes habitada por índios Xikrin do Cateté e remanescentes do Ciclo da Castanha. É em meio a esse cenário modificado a cada dia que novos territórios e pessoas oriundas de todas as regiões do Brasil se fixaram no sudeste do estado do Pará.
O Pará é o estado brasileiro onde se localizam as maiores jazidas de minério descobertas ou já em atividade no Brasil; as mais importantes reservas de minério de ferro, de alumínio e cobre; a segunda maior reserva de manganês do país; além de importantes reservas de ouro, níquel, estanho e Caulim. Não foi acaso, portanto, o fato de ter sido nesse estado que se deu a implementação dos denominados grandes projetos mínero-metalúrgicos e hidrelétricos na região norte, especialmente os destinados a viabilizar a extração e transporte das riquezas mineiras descobertas na serra dos Carajás, considerada a maior Província Mineral do Mundo, sem desmerecer as outras atividades mineiras desenvolvidas no Pará. (Pere Petit,2003, p 97)
A CRIAÇÃO DE UM MUNICÍPIO CHAMADO PARAUAPEBAS “RIO DE ÁGUAS RASAS”
Parauapebas é uma cidade localizada no sudeste do Pará a aproximadamente 706 km da capital Belém, foi formada a partir da descoberta de grandes jazidas de minério de ferro na Serra dos Carajás no final da década de 60, só vindo a ser exploradas no início dos anos 80, momento que pessoas de diferentes partes do Brasil em seus mais variados modos de vida e perfis sociais passaram a migrar para esta região.
Foi a partir da implantação do Projeto de Ferro Carajás que Parauapebas surgiu, primeiro como uma Vila chamada de Rio Verde, que se formou aos pés da serra e atualmente é um bairro da cidade, mas era conhecida pelos garimpeiros tradicionalmente por “inferninho”. A partir do povoamento e crescimento desta vila surgiu o movimento de emancipação, tendo em vista que ela era administrada por Marabá, e assim denominada de Parauapebas, que significa “Rio de Águas Rasas”, o município conquistou sua independência.
A emancipação de Parauapebas foi um processo iniciado por volta de 1987 a 1988, os quais vários foram os fatos ocorridos que culminaram na emancipação, dentre eles, a falta do repasse mensal pela prefeitura de Marabá, de 10% dos impostos recolhidos pela Companhia Vale do Rio Doce, para o então povoado de Parauapebas. Esse fato deu início a um movimento que visava a elevação do povoado a município.
Foi marcado para o dia 24 de abril de 1988 um plebiscito para que a população manifestasse, com o voto, sua opinião a favor ou contra a emancipação. Com a participação de mais de 16 mil eleitores, o resultado foi de 99% de aprovação. Em 10 de maio 1988, o governador do estado, Hélio da Mota Gueiros, sancionou a lei Estadual nº 5.443/88, que criou o município de Parauapebas. E no mês de outubro do mesmo ano, Faisal Salmen foi eleito o primeiro prefeito de Parauapebas.
O município hoje tem 33 anos de emancipação do município de Marabá e vive na atualidade este processo de construção de sua identidade. As manifestações que acontecem na cidade estão em processo de fixação no atual contexto social, pois ainda recebem influencias diversas, ou seja, diferentes tradições culturais trazidas de toda parte do Brasil tentando tomar corpo e dar continuidade agora com as características locais, com os novos ritmos de vida aqui criados.
Parauapebas tem aproximadamente 202 mil habitantes, de acordo com o último censo do IBGE de 2016. Com um fluxo migratório impulsionado pela extração de recursos minerais, essa população do vem se formatando e se readequando neste novo território desde a década 60, momento das grandes descobertas das minas de ferro do Projeto Ferro Carajás.